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Entrevista Conversa com o Autor – Rádio MEC AM
Outro dia dei uma entrevista para a Rádio MEC AM, no programa Conversa com o Autor. No caso, autores. Dividi o papo com a Edna Bueno, sob a mediação da Katy Navarro. Dá para ouvir o programa aqui.
Cosme e Damião
É dia de pegar doce!
É brincadeira e é sério.
Tem uma fila grandona
Na porta do Seu Glicério.
Vai lá na Dona Dulcina,
Que é um doce de pessoa.
Vem até baba de moça
Nos saquinhos que ela doa.
Vinte e sete de setembro,
Dia de encher a barriga.
Ai, que saudade, eu me lembro…
Depois, só cárie e lombriga!
Era hakuna matata
(Antes de Timão e Pumba!).
E vinham muito mais cheios
Os saquinhos da macumba!
Se eu fosse um livre-docente,
Ou se mais moleque fosse,
Largava este poema diet
E corria atrás de doce.
No jornal Cândido, da Biblioteca Pública do Paraná
Um poema (até então) inédito que saiu no Cândido. Com bela ilustra do Tiago Elcerdo.
homo ludens
te lanço o meu poema como um bumerangue
se volta a mim, eu pego e jogo novamente
mas quando cai nas tuas mãos, vem de repente
a sensação de um rico e belo bangue-bangue
e nesta avessa brincadeira, não se zangue
quando ele voa e escapa e vai passando rente
às mãos do pensamento que imagina e sente
o cheiro dessa lâmina sem corte ou sangue
te jogo o bumerangue feito de papel
que se desfaz na chuva, e apaga e rasga à toa…
(mas por ser leve e frágil é que ele tanto voa!)
eu sei, não há poema e nem nada no céu…
mas finjo mesmo assim, pois nesta brincadeira
voa o bumerangue da minha vida inteira
Amar, verbo atemporal
Participo da antologia poética Amar, verbo atemporal (Rocco), organizada pela poeta e tradutora Celina Portocarrero. O livro reúne 50 poemas de autores clássicos, nascidos entre os anos de 1623 e 1897, e mais outros 50 inéditos, de autores nascidos entre 1936 e 1989.
Eu, seminovo que sou, participo com um soneto. Daquele classicão mesmo.
Alho por alho, dente por dente
Esse livro surgiu a partir de uma troca de emails com o camarada André Moura, em que a gente brincava com provérbios sob a forma de poemas. O livro tem design e ilustrações da talentosa Júlia Lima, que já trabalhou nos meus O segredo da gravata mágica e O segredo da bolsa mágica.
O lançamento vai ser dia 29/04, domingo, no Salão do Livro para Crianças e Jovens. Pinta lá.
Em 2011 publiquei livro novo, visitei muitas escolas (inclusive aquelas onde estudei), ministrei palestras e oficinas, papeei com uma penca de leitores maravilhosos. Se 2012 for tão bom quanto, já será ótimo. Feliz Ano Novo, pessoal.
Vai aí um poema que fiz há uns anos sobre o assunto.
O GRÃO DA AMPULHETA
O que se foi já foi, embora esteja
Tão perto, aqui do lado, cutucando
A beira da memória, justo quando
Pensamos ter vencido essa peleja.
O que passou passou, mas ainda passa.
E por passar ainda, permanece
Um fardo, um cheiro, um grão que amadurece
À medida que o tempo se esfumaça.
É um ano novo, um novo calendário,
Novo verão – porém a mesma aurora
De um futuro que sempre se inicia.
E é assim que o tempo passa: imaginário.
Como quem morre e nasce a cada dia,
Como quem chega enquanto vai-se embora.
No próximo sábado vou fazer leitura e lançamento do Sofia e o dente de leite em Curitiba, na Bisbilhoteca. Todos dizem que é um espaço bem legal.
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