Em 2011 publiquei livro novo, visitei muitas escolas (inclusive aquelas onde estudei), ministrei palestras e oficinas, papeei com uma penca de leitores maravilhosos. Se 2012 for tão bom quanto, já será ótimo. Feliz Ano Novo, pessoal.
Vai aí um poema que fiz há uns anos sobre o assunto.
O GRÃO DA AMPULHETA
O que se foi já foi, embora esteja
Tão perto, aqui do lado, cutucando
A beira da memória, justo quando
Pensamos ter vencido essa peleja.
O que passou passou, mas ainda passa.
E por passar ainda, permanece
Um fardo, um cheiro, um grão que amadurece
À medida que o tempo se esfumaça.
É um ano novo, um novo calendário,
Novo verão – porém a mesma aurora
De um futuro que sempre se inicia.
E é assim que o tempo passa: imaginário.
Como quem morre e nasce a cada dia,
Como quem chega enquanto vai-se embora.